quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Comentários sobre o ótimo livro "The liberal mind"


O psiquiatra Lyle Rossiter nos comprova que o esquerdismo é uma doença mental

Texto extraído da página “Não deixe que um professor comunista adote o seu filho”

Geralmente vemos esquerdistas se referirem a quem é da direita como um “louco da direita”, e daí por diante. O problema é que a crença da direita é coerente até com o que a teoria da evolução tem a nos dizer. Enquanto isso, a crença esquerdista é baseada em quê? É isso que começamos a investigar de uma forma mais clínica a partir do livro The Liberal Mind: The Psychological Causes of Political Madness, de Lyle Rossiter, lançado em 2011.
Conforme a review da Amazon, já notamos a paulada que será dada nos esquerdistas:
Liberal Mind traz o primeiro exame profundo da loucura política mais relevante em nosso tempo: os esforços da esquerda radical para regular as pessoas desde o berço até o túmulo. Para salvar-nos de nossas vidas turbulentas, a agenda esquerdista recomenda a negação da responsabilidade pessoal, incentiva a auto-piedade e outro-comiseração, promove a dependência do governo, assim como a indulgência sexual, racionaliza a violência, pede desculpas pela obrigação financeira, justifica o roubo, ignora a grosseria, prescreve reclamação e imputação de culpa, denigre o matrimônio e a família, legaliza todos os abortos, desafia a tradição social e religiosa, declara a injustiça da desigualdade, e se rebela contra os deveres da cidadania. Através de direitos múltiplos para bens, serviços e status social não adquiridos, o político de esquerda promete garantir o bem-estar material de todos, fornecendo saúde para todos, protegendo a auto-estima de todos, corrigindo todas as desvantagens sociais e políticas, educando cada cidadão, assim como eliminando todas as distinções de classe. O esquerdismo radical, assim, ataca os fundamentos da liberdade civilizada. Dadas as suas metas irracionais, métodos coercitivos e fracassos históricos, juntamente aos seus efeitos perversos sobre o desenvolvimento do caráter, não pode haver dúvida da loucura contida na agenda radical. Só uma agenda irracional defenderia uma destruição sistemática dos fundamentos que garantem a liberdade organizada. Apenas um homem irracional iria desejar o Estado decidindo sua vida por ele, ao invés e criar condições de segurança para ele poder executar sua própria vida. Só uma agenda irracional tentaria deliberadamente prejudicar o crescimento do cidadão em direção à competência, através da adoção dele pelo Estado. Apenas o pensamento irracional trocaria a liberdade individual pela coerção do governo, sacrificando o orgulho da auto-suficiência para a dependência do bem-estar. Só um louco iria visualizar uma comunidade de pessoas livres cooperando e ver nela uma sociedade de vítimas exploradas pelos vilões.
O que temos aqui, na obra de Rossiter, é o tratamento do esquerdismo de forma clínica, por um psiquiatra forense. (Um pouco mais no site do autor do livro, e um pouco mais sobre sua prática profissional)
O modelo de mente esquerdista
O livro é bastante analítico, e, por vezes, até chato de se ler. Quem está acostumado a livros de fácil leitura de autores conservadores de direita, como Glenn Beck e Ann Coulter, pode até se incomodar. Outro livro que fala do mesmo tema é Liberalism Is a Mental Disorder: Savage Solution, de Michael Savage. Mas o livro de Savage é também uma leitura informal, embora séria. O livro de Rossiter é acadêmico, de leitura até difícil, sem muitas concessões comerciais, e de um rigor analítico simplesmente impressionante. Se não é sua leitura típica para curar insônia, ao menos o conteúdo poderoso compensa o tratamento seco e acadêmico dado ao tema.
Segundo Rossiter, a mente esquerdista tem um padrão, que se reflete tanto em um padrão comportamental, quanto um padrão de crenças e alegações. Portanto, é possível “modelar” a mente do esquerdista a partir de uma série de padrões. A partir daí, Rossiter investiga uma larga base de conhecimento de desordens de personalidade, e usa-as para modelar os padrões de comportamento dos esquerdistas. Segundo Rossiter, basta observar o comportamento de um esquerdista, mapear suas crenças e ações, e compará-los com os dados científicos a respeito de algumas patologias da mente. A mente esquerdista pode ser classificada como um distúrbio de personalidade por que as crenças e ações resultantes deste tipo de mentalidade se encaixam com exatidão no modelo psiquiátrico do distúrbio de personalidade. As análises de Rossiter são feitas tanto nos contextos individuais (a crença do cidadão esquerdista em relação ao mundo), como nos contextos corporativos (ação de grupo, endosso a políticos profissionais, etc.).
Rossiter nos lembra que a personalidade é socializada pelos pais e pela família, como uma parte do desenvolvimento infantil. Mesmo com a influência do ambiente escolar, são os pais que preparam a criança para o futuro. A partir disso, ele avalia o que é um desenvolvimento sadio, para desenvolver uma personalidade apta a viver em um mundo orientado a valorização da competência, dentro do qual essa personalidade deverá reagir. Uma personalidade sadia reagiria bem a esse mundo já sem a presença dos pais, enquanto uma personalidade com distúrbio não conseguiria o mesmo sucesso. Em cima disso, Rossiter avalia a personalidade desenvolvida com os itens da agenda esquerdista, demonstrando que muitos itens dessa agenda estão em oposição ao desenvolvimento sadio da personalidade.
Para o seu trabalho, Rossiter classifica os esquerdistas em dois tipos: benignos e radicais. Os radicais são aqueles cujas ações (agenda) causam dano a outros indivíduos. De qualquer forma, os esquerdistas benignos (seriam os moderados) dão sustentação aos esquerdistas radicais.
Rossiter define o homem como uma fonte autônoma de ação, ao mesmo tempo em que está envolvido em relações, como as econômicas, sociais e políticas. Isto é definido por Rossiter como a Natureza Bipolar do Homem, pois mesmo que ele seja capaz de ação independente, também é restrito pelo contexto social, na cooperação com os outros. A partir dessa constatação, tudo o mais flui. Para permitir que o homem seja capaz de operar com sucesso em seu ambiente natural, deve existir um desenvolvimento adequado da personalidade. Este desenvolvimento da personalidade surge a partir dos outros, idealmente a mãe e a família.
Outro ponto central: toda a análise de Rossiter é feita no contexto de uma sociedade livre, não de uma sociedade totalitária. Portanto, ele avalia o quão alguém é sadio em termos de personalidade para viver em uma sociedade democrática, e não em uma sociedade formalmente totalitária, como Coréia do Norte, Cuba ou China, por exemplo.
Competência em uma sociedade livre
Fica claro que não devemos esperar de Rossiter avaliação sobre um modelo de personalidade para toda e qualquer sociedade, pois ele é bem claro em seu intuito: desenvolver e estudar personalidades competentes para a vida em uma sociedade livre. A manutenção de tal sociedade requer regras para existir, que devem ser codificadas em leis, hipóteses, assim como regras do senso comum.
Nesse contexto, as habilidades a seguir são aquelas de um adulto competente em uma sociedade com liberdade organizada:
Iniciativa – Fazer as coisas acontecerem.
Atuação – Agir com propósito.
Autonomia – Agir independentemente.
Soberania-  Viver independentemente, através da tomada de decisão competente.
Rossiter define os direitos naturais do homem, para uma pessoa adulta vivendo em uma sociedade de liberdade organizada. Estes compreendem o exercício, conforme qualquer um escolher, das habilidades selecionadas acima, todas elas sujeitas às restrições necessárias para uma sociedade com paz e ordem. Assim, direitos naturais resultam da combinação de natureza humana e liberdade humana. Natureza humana significa viver como alguém quiser, sujeito as restrições necessárias para paz e ordem.
Considerando estes atributos humanos, Rossiter define como uma ordem social adequada, aquela que possui os seguintes aspectos:
Honra a soberania do indivíduo
Respeita a liberdade do indivíduo.
Respeita a posse de propriedade e integridade dos contratos.
Respeita o princípio da igualdade sob a lei.
Requer limites constitucionais, para evitar que o governo viole os direitos naturais.
Os aspectos acima são avaliados na perspectiva do indivíduo, não de grupos ou classes, em um processo relacionado à individuação, conceito originado em Jung. Neste processo, o ser humano evolui de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implicará necessariamente em uma ampliação da consciência. A partir daí, surge cada vez mais o conhecimento de si-mesmo, em detrimento das influências externas. Eventuais resistências à individuação são causas de sofrimento e distúrbios psiquícos.
Segundo Rossiter, o indivíduo adulto que passou adequadamente pelo processo de individuação assume de forma coerente seu direito a vida, liberdade e busca da felicidade. Mesmo assim, isso não significa que ele pode fazer o que quiser, pois deve respeitar o individualismo dos outros e interagir com eles através da cooperação voluntária. Assim, o individualismo deve ser associado com mutualidade, para o desenvolvimento de um adulto competente para viver em uma sociedade de liberdade organizada.
Rossiter estuda com afinco as características de desenvolvimento do invidíduo, de acordo com regras pelas quais ele pode viver em uma sociedade de liberdade organizada, e lista sete direitos individuais do cidadão comum, dentro dos quais ele pode exercitar sua autonomia, livre da interferência do governo:
Direito de auto-propriedade (autonomia)
Direito de primeira posse (para controlar propriedade que não tenha sido de posse de ninguém antes)
Direito de posse e troca (manter, trocar ou comercializar)
Direito de auto-defesa (proteção de si próprio e da proriedade)
Direito de compensação justa pela retirada (a partir do governo)
Direito a acesso limitado (a propriedade dos outros em emergências)
Direito a restituição (por danos a si próprio ou propriedade)
Estes são normalmente chamados de direitos naturais, direitos de liberdade ou direitos negativos. O governo deve ser estruturado para proteger estes direitos, e precisa ser estruturado de forma que não infrinja-os.  A obrigação do governo em uma sociedade de liberdade organizada envolve implementar e sustentar estas regras para proteger o cidadão de infrações cometidas tanto por outros como pelo próprio governo.
Eis que surge o problema da mente esquerdista, que quer atacar basicamente todos os pilares acima. Em cima disso, Rossiter levanta as crenças da mente esquerdista, que, juntas, dão um fundamento do modelo da mente deles:
Modelos sociais ideais tradicionais estão ultrapassados e não se aplicam mais.
A direção do governo é melhor do que ter os cidadãos tomando conta de si próprios.
A melhor fundação política de uma sociedade organizada ocorre através de um governo centralizado.
O objetivo principal da política é alcançar uma sociedade ideal na visão coletiva.
A significância política do invidíduo é medida a partir de sua adequação à coletividade.
Altruísmo é uma virtude do estado, embutida nos programas do estado.
A soberania dos indivíduos é diminuída em favor do estado.
Direitos a vida, liberdade e propriedade são submetidos aos direitos coletivos determinados pelo estado.
Cidadãos são como crianças de um governo parental.
A relação do indivíduo em relação ao governo deve lembrar aquela que a criança possui com os pais.
As instituições sociais tradicionais de matrimônio e família não são muito importantes.
O governo inchado é necessário para garantir justiça social.
Conceitos tradicionais de justiça são inválidos.
O conceito coletivista de justiça social requer distribuição de riqueza.
Frutos de trabalho individual pertencem à população como um todo.
O indivíduo deve ter direito a apenas uma parte do resultado de seu trabalho, e esta porção deve ser especificada pelo governo.
O estado deve julgar quais grupos merecem benefícios a partir do governo.
A atividade econômica deve ser cuidadosamente controlada pelo governo.
As prescrições do governo surgem a partir de intelectuais da esquerda, não da história.
Os elaboradores de políticas da esquerda são intelectualmente superiores aos conservadores.
A boa vida é um direito dado pelo estado, independentemente do esforço do cidadão.
Tradições estabelecidas de decência e cortesia são indevidamente restritivas.
Códigos morais, éticos e legais tradicionais são construções políticas.
Ações destrutivas do indivíduo são causadas por influências culturais negativas.
O julgamento das ações não deve ser baseado em padrões éticos ou morais.
O mesmo vale para julgar o que ocorre entre nações, grupos éticos e grupos religiosos.
Como tudo na vida, o aceite de crenças tem consequências. No caso do aceite das crenças esquerdistas, consequências incluem:
Dependência do governo, ao invés de auto-confiança.
Direção a partir do governo, ao invés da auto-determinação.
Indulgência e relativismo moral, ao invés de retidão moral.
Coletivismo contra o individualismo cooperativo.
Trabalho escravo contra o altruísmo genuíno.
Deslocamento do indivíduo como a principal unidade social econômica, social e política.
A santidade do casamento e coesão da família prejudicada.
A harmonia entre a família e a comunidade prejudicada.
Obrigações de promessas, contratos e direitos de propriedade enfraquecidos.
Falta de conexão entre premiações por mérito e justificativa para estas premiações.
Corrupção da base moral e ética para a vida civilizada.
População polarizada em guerras de classes através de falsas alegações de vitimização e demandas artificiais de resgate político.
A criação de um estado parental e administrativo idealizado, dotado de vastos poderes regulatórios.
Liberdade invididual e coordenação pacífica da ação humana severamente comprometida.
Aliás, eu acho que Rossiter esqueceu de consequências adicionais como: (15) Aumento do crime, devido a tolerância ao crime, e (16) Incapacidade de uma base lógica para que a sociedade sequer tenha condição de julgar o status em que se encontra.
Por que a mente esquerdista é uma patologia?
Para Rossiter, a melhor forma de avaliar a mente do esquerdista é a através dos valores que ele tem, e os que ele rejeita. Mais:
Como todos os outros seres humanos, o esquerdista moderno revela seu verdadeiro caráter, incluindo sua loucura, nos valores que possui e que descarta. De especial interesse, no entanto, são os muitos valores sobre os quais a mente esquerdista não é apaixonada: sua agenda não insiste em que o invidívuo é a principal unidade econômica, social e política, ele não idealiza a liberdade individual em uma estrutura de lei e ordem, não defende os direitos básicos de propriedade e contrato, não aspira a ideais de autonomia e reciprocidade autênticas. Ele não defende a retidão moral ou sequer compreende o papel crítico da moralidade no relacionamento humano. A agenda esquerdista não compreende uma identidade de competência, nem aprecia sua importância, e muito menos avalia as condições e instituições sociais que permitam seu desenvolvimento ou que promovam sua realização. A agenda esquerdista não compreende nem reconhece a soberania, portanto não se importa em impor limites estritos de coerção pelo estado. Ele não celebra o altruísmo genuíno da caridade privada. Ele não aprende as lições da história sobre os males do coletivismo.
Rossiter diz que as crianças não nascem com este “programa”, que é adquirido especialmente durante o aprendizado escolar. Em resumo: um adulto, competente para operar em uma sociedade de liberdade organizada, na maior parte das vezes adquire estes valores dos pais e da família, mas um esquerdista radical não.
Basicamente, o esquerdismo pode ser caracterizado como uma neurose, baseada nos traumas do relacionamento com a família durante o desenvolvimento da personalidade. Sendo uma neurose de transferência, ela compreende as projeções inconscientes das psicodinâmicas da infância nas arenas políticas da vida adulta. É o resultado de uma falha no treino da criança nos elementos psicodinâmicos básicos de um adulto, competente para viver em uma sociedade de liberdade organizada. (Obviamente, um esquerdista jamais irá reconhecer as “fendas” em seu desenvolvimento de criança até um adulto)
Rossiter nos diz mais:
Sua neurose é evidente em seus ideais e fantasias, em sua auto-justiça, arrogância e grandiosidade, na sua auto-piedade, em suas exigências de indulgência e isenção de prestação de contas, em suas reivindicações de direitos, em que ele dá e retém, e em seus protestos de que nada feito voluntariamente é suficiente para satisfazê-lo. Mais notadamente, nas demandas do esquerdista radical, em seus protestos furiosos contra a liberdade econômica, em seu arrogante desprezo pela moralidade, em seu desafio repleto de ódio contra a civilidade, em seus ataques amargos à liberdade de associação, em seu ataque agressivo à liberdade individual. E, em última análise, a irracionalidade do esquerdista radical é mais aparente na defesa do uso cruel da força para controlar a vida dos outros.
Agora fica mais fácil entender por que os esquerdistas são tão frustrados e raivosinhos em suas interações, não?
Os cinco déficits principais do esquerdista
Um esquerdista apresenta, segundo Rossiter, cinco principais déficits, cada um mais evidente nas diversas fases do desenvolvimento, desde os primeiros meses após o nascimento, até a entrada da fase adulta.
Confiança básica: O primeiro déficit relaciona-se a confiança básica. Isto é, a falta de confiança nos relacionamentos entre pessoas por consentimento mútuo. Por isso, o esquerdista age como se as pessoas não conseguissem criar boas vidas por si próprios através da cooperação voluntária e iniciativa individual. Por isso, colocam toda essa coordenação nas mãos do estado, que funciona como um substituto para os pais. Se a criança não consegue conviver com os irmãos, precisa de pais como árbitros. Este déficit inicia-se no primeiro ano de vida. As interações positivas de uma criança com a mãe o introduzem a um mundo de relacionamento seguro, agradável, mutuamente satisfatório e a partir do “consentimento” entre ambas as partes. Mas caso exista um relacionamento anormal e abusivo na infância, algo de errado ocorre, e essa aquisição de confiança básica é profundamente comprometida. Lembremos que a ingenuidade é problemática, mas o esquerdista é ingênuo perante o governo, que tem mais poder de coerção, enquanto suspeita dos relacionamentos humanos não abitrados pelo governo.
Autonomia: Após os primeiros 15 meses, uma criança começa a incorporar os fundamentos de autonomia, auto-realização, assim como fundamentos de mutualidade, ou auto-realização (assim como realização dos outros). A partir dessa fase, a criança começa a agir por si própria para ter suas necessidades satisfeitas, de acordo com aqueles que cuidam dela. Junto com a ideia de autonomia, surgem ideias como auto-confiança, auto-direção e auto-regulação. A criança “mimada”, que cresce dependente do excesso de indulgência dos pais é privada das virtudes de auto-confiança e auto-controle e de atitudes necessárias para cooperação com os outros.
Iniciativa: No desenvolvimento normal, esta é a capacidade de se iniciar bons trabalhos para bons propósitos, sendo desenvolvida nos primeiros quatro ou cinco anos da vida de uma criança. No caso da falta de iniciativa, há falta de auto-direção, vontade e propósito, geralmente buscando relacionamentos com os outros de forma infantil, sempre pedindo por condescendência, ao invés de lutar para ser respeitado. Pessoas como esta personalidade normalmente assumem um papel infantil em relação ao governo, votando para aqueles que prometem segurança material através da obrigação coletiva, ao invés de votar naqueles comprometidos com a proteção da liberdade individual. A inibição da iniciativa pode ocorrer por culpa excessiva adquirida na infância, surgindo, por instância, do completo de Édipo.
Diligência: Assim como a iniciativa é a habilidade de iniciar atos com boas metas, diligência é a habilidade para completá-los. A criança, no seu desenvolvimento escolar, se torna apta a completar suas ações de forma cada vez mais competente. Na fase da diligência, a criança aprende a fazer e realizar coisas e se relacionar de formas mais complexas com pessoas fora de seu núcleo familiar. A meta desta fase é o desenvolvimento da competência adulta. É a era da aquisição da competência econômica e da socialização. Nessa fase, se aprende a convivência de acordo com códigos aceitos de conduta, de acordo com as possibilidades culturais de seu tempo, de forma a canalizar seus interesses na direção da cooperação mútua. Quando as coisas não vão muito bem, surgem desordens comportamentais, uso de drogas, ou delinquência, assim como o surgimento de ações que sabotam a cooperação. A tendência é a geração de um senso de inferioridade, assim como déficits nas habilidades sociais, de aprendizado e identificações construtivas, que deveriam ser a porta de entrada para a aquisição da competência adulta. Atitudes que surgem destas emoções patológicas podem promover uma dependência passiva comportamental como uma defesa contra o medo diante das relações humanas, vergonha, ou ódio.
Identidade: O senso de identidade do adolescente é alterado assim que ele explora várias personas, múltiplas e as vezes contraditórias, na construção de seu self. Ele deve se confrontar com novos desafios em relação ao balanço já estabelecido entre confiança e desconfiança, autonomia e vergonha, iniciativa e culpa, diligência e inferioridade. Esta fase testa a estabilidade emocional que foi desenvolvida pela criança, assim como sua racionalidade, sendo de adequação e aceitabilidade, superação de obstáculos, e o aprofundamento das habilidades relacionais. O desenvolvimento desta identidade adulta envolve o risco percebido de acreditar nas instituições sociais. O adulto quer uma visão do mundo na qual possa acreditar. Isto é especialmente importante se ele sofreu formas de abuso anteriormente. Sua consciência ampliada de quem ele é facilita uma integração entre suas identidades do passado e do presente com sua identidade do futuro. Nesta fase do desenvolvimento o jovem pode ser vítima das ofertas ilusórias do esquerdismo. É a fase “final” da escolha.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Oswaldo Cruz e o mercado


(Texto publicado no jornal Correio Popular - Campinas, 2/10/15, p. A2)

Oswaldo Cruz e o mercado

Marco Milani*

No início do século passado, o médico sanitarista Oswaldo Cruz promoveu uma campanha de caça aos ratos objetivando a erradicação da peste bubônica na cidade do Rio de Janeiro. Os cidadãos que capturassem e entregassem os animais seriam recompensados financeiramente. Não tardou para que alguns identificassem uma nova oportunidade de negócios e passassem a criar ratos para vendê-los ao Governo. A criação foi considerada ilegal e seus responsáveis foram presos.
A intenção de Oswaldo Cruz era a de dizimar os ratos por motivos de saúde pública, porém, ao remunerar a caçada, incentivos não previstos agiram no sentido contrário e estimularam a procriação dos roedores.
Uma grande lição econômica exemplificada nesse episódio no Rio de Janeiro é que não se pode prever e determinar o comportamento do ser humano, o qual é criativo e tem interesses variados. Apesar de quase evidente, esse aspecto da imprevisibilidade é recorrentemente ignorado por governantes com viés intervencionista, os quais sucumbem à tentação de interferir artificialmente no funcionamento do chamado “mercado”.
Ora, mercado é justamente o ambiente no qual os indivíduos manifestam voluntariamente seus interesses e expectativas para a oferecimento e aquisição de produtos. É no mercado que os agentes econômicos, que em última instância são os indivíduos, interagem. Quanto mais o Governo intervir e regular o seu funcionamento, maiores as possibilidades de interações ineficientes e ineficazes, impactando negativamente toda a economia.
Lamentavelmente, o descaso com os fundamentos econômicos baseados na livre iniciativa e nas condições para o aumento de produtividade e competividade, além da crença distorcida de que o Governo deveria determinar quais setores e grupos de pessoas seriam privilegiados para estimular o desenvolvimento econômico, contribuíram para a situação em que nos encontramos hoje.
Após mais de uma década de equivocadas políticas econômicas que corroeram a base de desenvolvimento deste País, os pífios resultados colhidos não surpreendem. Sob a orientação ideológica que prezou mais o discurso ilusório do que os fatos, o Brasil perdeu o bonde da história e agora enfrenta sérias dificuldades para adotar medidas emergenciais para a recuperação econômica.
As vantagens artificiais oferecidas pelo Governo a alguns empresários, em detrimento dos demais, foram feitas com a esperança de que determinados setores liderassem o processo desenvolvimentista. Os fatos desmascararam essa pretensão irreal. Igualmente, financiamentos subsidiados a governos estrangeiros com a justificativa de que isso favoreceria empresas brasileiras é outra tentativa de subverter a lógica do mercado. Deve ser a competitividade a guiar a escolha de contratos e não interesses questionáveis.
Que os formuladores de políticas se lembrem que os agentes econômicos reagem a incentivos e oportunidades e que o livre mercado tem muito mais a contribuir para o desenvolvimento econômico do que governantes intervencionistas conseguem prever.
          O Brasil precisa de um Estado menor, menos inchado e com governantes que defendam a livre iniciativa com base na inovação e competitividade.


* Economista. Pós-doutor pela Universidade de Salamanca (Espanha). Professor da Unicamp.