Doleiro confirma elo da
Lava Jato com o mensalão do PT
Ricardo Brandt - OESP
À Justiça, AlbertoYoussef afirmou que ex-deputado mandava repassar propinas a “agentes políticos”.
À Justiça, AlbertoYoussef afirmou que ex-deputado mandava repassar propinas a “agentes políticos”.
O
doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, confirmou ontem à Justiça
Federal o elo do mensalão do PT com o esquema de corrupção e propinas na Petrobrás.
Ele disse que mantinha uma conta corrente conjunta com o ex- deputado José
Janene (PP-PR) - morto em 2010 -, responsável pela indicação de Paulo Roberto
Costa para a diretoria de Abastecimento da estatal petrolífera, em 2004.
Youssef
declarou que, por orientação de Janene, repassava valores a "agentes
públicos" e "agentes políticos" e usava para isso um segundo
doleiro, Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torres, em Brasília, para
entregar o dinheiro. Ele disse que parte da quantia vinha do caixa de
construtoras.
O
Juiz Sergio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, perguntou a ele qual a origem
do dinheiro. "Comissionamento de empreiteiras", declarou Youssef. O
juiz perguntou: "Decorrente de contratos com a administração pública, em
geral propinas?" Youssef respondeu: "Sim senhor, Excelência."
"Tudo
o que o seo Janene precisava de recursos ele pedia a mim e eu
disponibilizava", contou Youssef. "Às vezes essa conta ficava
negativa, às vezes ficava positiva. Na verdade nessa conta também ia recurso
para outras pessoas, não que eu administrasse os recursos dessas outras
pessoas, mas eu via esse caixa como caixa do partido, o Partido
Progressista."
O
doleiro não citou nome de nenhum agente público ou agente político. Tais nomes
ele já citou em acordo de delação premiada que ainda terá de ser homologado
pela Justiça.
Youssef
é réu em cinco ações penais da Lava Jato na Justiça Federal no Paraná. Em uma
ação, ele é acusado de ter participado da lavagem de R$ 1,16 milhão do mensalão
do PT através de investimentos em uma empresa de equipamentos industriais
situada em Londrina (PR). A ação penal em que Youssef depôs ontem trata da
ligação do doleiro com o ex-deputado Janene e com o doleiro Carlos Habib
Chater.
Youssef
afirmou que Janene investiu na empresa de Londrina por meio de outra companhia
ligada a ele, a CSA Project. Essa firma foi usada para receber recursos do
fundo de pensão da Petrobrás, a Petros, alvo da Lava Jato.
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