Governo venezuelano
avança no controle do comércio
O
presidente venezuelano Nicolás Maduro continua mantendo a sua política de
controlar as compras dos consumidores no país. Recentemente, foi instituída a
cota para compra de roupas na Venezuela, pela qual a população chega a esperar
até um mês e a ser submetida a respeitar as cotas individuais instituídas. Para
tanto, senhas são distribuídas para que os consumidores tenham acesso a compra
limitada das vestimentas.
As
lojas estão aceitando a imposição desses limites também devido a escassez dos
produtos, além dos problemas cambiais que estão encarecendo as importações, uma
vez que o Governo vem tentando evitar a saída de dólares do país. Ressalte-se
que o cartão de crédito está sendo controlado, por meio da obrigatoriedade de
apenas uma operação comercial para cada 30 dias.
Além
dessas ações, também está sendo restringido e proibido o comércio por parte
ambulantes (camelôs) em várias cidades da Venezuela. Foi instituída a Lei
Orgânica de Preços Justos, emitida em 25 de outubro, atuando sobre os
ambulantes e definindo que as autoridades devem fazer inspeções, verificação e
o que for necessário nos estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços
em todo o território para evitar o que considera vendas ilegais[2].
Estão
sendo impedidas as vendas de alimentos e insumos básicos, como azeites
vegetais, arroz, fubá, farinha de trigo, maionese, ketchup, enlatados,
mortadela, queijo, batata, leite, café, açúcar, manteiga, massas, ovos, sal,
frangos, ervilhas, feijão, produtos de higiene pessoal e domésticas, sabonetes,
creme dental, papel higiênico, fraldas descartáveis, shampoo, detergentes,
desinfetantes, navalhas (aparelhos de barba) e pinturas para cabelos. As pessoas
estão reclamando, pois estes produtos estão escassos nos supermercados, logo,
os ambulantes se tornaram um caminho para vencer o desabastecimento dos
produtos mais básicos.
Os
vendedores estão se mobilizando, apresentando–se revoltados, pois consideram a
atitude uma tentado ao direito de trabalho, já que o desemprego é grande no
país e, além de vencerem esse problema, eles se mostram como uma alternativa
viável para o consumo da população. Ademais, calcula-se que, aproximadamente, 200.000 pessoas vivem da venda de alimentos
nas ruas.
Uma
pesquisa da empresa Hinterlaces apontou, contudo, que a maioria de 78% dos
entrevistados (de uma amostra de 1.200) apoiou a medida do Governo de proibir
as vendas. Vários analistas, no entanto, tomam tais resultados com reservas,
uma vez que há controle de vários setores e atividades por parte do Governo, de
forma que possa estar havendo distorções nos resultados, causadas por problemas
metodológicos na aplicação da pesquisa. Observadores acreditam que a medida
contra os ambulantes pode levar ao surgimento de uma nova frente de
manifestações, impulsionando outras ações da sociedade nas ruas em futuro breve.
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