quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Governo bolivariano impõe cotas para roupas


Governo venezuelano avança no controle do comércio

O presidente venezuelano Nicolás Maduro continua mantendo a sua política de controlar as compras dos consumidores no país. Recentemente, foi instituída a cota para compra de roupas na Venezuela, pela qual a população chega a esperar até um mês e a ser submetida a respeitar as cotas individuais instituídas. Para tanto, senhas são distribuídas para que os consumidores tenham acesso a compra limitada das vestimentas.
As lojas estão aceitando a imposição desses limites também devido a escassez dos produtos, além dos problemas cambiais que estão encarecendo as importações, uma vez que o Governo vem tentando evitar a saída de dólares do país. Ressalte-se que o cartão de crédito está sendo controlado, por meio da obrigatoriedade de apenas uma operação comercial para cada 30 dias.
Além dessas ações, também está sendo restringido e proibido o comércio por parte ambulantes (camelôs) em várias cidades da Venezuela. Foi instituída a Lei Orgânica de Preços Justos, emitida em 25 de outubro, atuando sobre os ambulantes e definindo que as autoridades devem fazer inspeções, verificação e o que for necessário nos estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços em todo o território para evitar o que considera vendas ilegais[2].
Estão sendo impedidas as vendas de alimentos e insumos básicos, como azeites vegetais, arroz, fubá, farinha de trigo, maionese, ketchup, enlatados, mortadela, queijo, batata, leite, café, açúcar, manteiga, massas, ovos, sal, frangos, ervilhas, feijão, produtos de higiene pessoal e domésticas, sabonetes, creme dental, papel higiênico, fraldas descartáveis, shampoo, detergentes, desinfetantes, navalhas (aparelhos de barba) e pinturas para cabelos. As pessoas estão reclamando, pois estes produtos estão escassos nos supermercados, logo, os ambulantes se tornaram um caminho para vencer o desabastecimento dos produtos mais básicos.
Os vendedores estão se mobilizando, apresentando–se revoltados, pois consideram a atitude uma tentado ao direito de trabalho, já que o desemprego é grande no país e, além de vencerem esse problema, eles se mostram como uma alternativa viável para o consumo da população. Ademais, calcula-se que, aproximadamente,  200.000 pessoas vivem da venda de alimentos nas ruas.
Uma pesquisa da empresa Hinterlaces apontou, contudo, que a maioria de 78% dos entrevistados (de uma amostra de 1.200) apoiou a medida do Governo de proibir as vendas. Vários analistas, no entanto, tomam tais resultados com reservas, uma vez que há controle de vários setores e atividades por parte do Governo, de forma que possa estar havendo distorções nos resultados, causadas por problemas metodológicos na aplicação da pesquisa. Observadores acreditam que a medida contra os ambulantes pode levar ao surgimento de uma nova frente de manifestações, impulsionando outras ações da sociedade nas ruas em futuro breve.



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