Carta de Formulação e
Mobilização Política, 30 de outubro de 2014, No. 1021
Elaborada por: INSTITUTO
TEOTÔNIO VILLELA
Dilma
Rousseff conquistou a vitória e o voto de 54 milhões de brasileiros com base em
engodos. Vendeu aos eleitores um país que não existe. Mal passou a eleição e o
estelionato petista já começou a ganhar forma. O primeiro ato é a alta dos
juros.
Ontem,
o Comitê de Política Monetária decidiu aumentar a taxa básica em 0,25 ponto
percentual. Com isso, a Selic chegou a 11,25% ao ano. É o mais alto patamar
desde novembro de 2011, ou seja, em três anos. Tudo indica que este é apenas o
início de uma série de novos aumentos.
Pesaram
na decisão a alta do dólar, a deterioração das contas públicas e a ameaça
inflacionária – cujo acumulado em 12 meses está hoje em 6,75%, acima do limite
superior da meta. É tudo o que Dilma sempre disse que não existia. Três dias
após a reeleição, sua prática já contradiz seu discurso de campanha. O que mais
virá pela frente?
Com
a decisão do Copom, pela qual votaram cinco dos oito diretores do Banco
Central, a taxa real de juros brasileira se isolou ainda mais no topo do
ranking mundial. É agora de 4,46% ao ano, segundo a consultoria Moneyou. O
Brasil de Dilma é uma jabuticaba num mundo em que, entre as 40 principais economias,
apenas dez praticam taxas positivas.
O BC
alega que teve que aumentar os juros para “garantir, a um custo menor, a
prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016”. Pesou
na decisão “a intensificação dos ajustes de preços relativos na economia”.
A
alta dos juros também visa compensar o desequilíbrio nos gastos do governo
petista. Mas juros maiores tornam o serviço da dívida ainda mais custoso e
aumentam o passivo: só neste ano, a dívida bruta brasileira já subiu três
pontos percentuais do PIB. Não é pouca coisa: equivale a seis vezes o valor do
Bolsa Família.
Dilma
passou a campanha inteira sustentando que a inflação está “sob controle”.
Vê-se, sem nenhuma dificuldade, que não está. Passou a campanha inteira
acusando a oposição de preparar um ajuste para depois das eleições. Começa-se a
ver que quem vai impor um arrocho sem precedentes é ela.
Tudo
indica que o estelionato eleitoral irá se desenrolar em vários e sucessivos
atos. O próximo é esperado para amanhã, quando o conselho de administração da
Petrobras deve anunciar aumento de até 5% nos preços dos combustíveis. Tem
mais: segundo o Valor Econômico, teremos pela frente um “ajuste fiscal
violentíssimo”.
Dilma
venceu a eleição com um discurso, mas na primeira oportunidade começou a
rasgá-lo em pedacinhos. Sua campanha baseou-se em mentiras e em acusações
falsas contras os adversários. Uma vitória cuja legitimidade já começou a ser
jogada no lixo, apenas três dias após ser conquistada.
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