A estratégia do
doutrinador Antonio Gramsci
Marcelo Dornelas
Para
quem talvez ainda não conheça a estratégia do doutrinador italiano, ativista
político e filósofo Antonio Gramsci, é bom deixar bem claro, pelo menos em
poucas palavras, o que ele preconizava. Segundo o líder comunista, falecido em
1937, após passar anos na cadeia elaborando sua estratégia, a instauração de um
regime comunista em países com uma democracia e uma economia relativamente
consolidadas e estáveis, não podia se dar pela força, como aconteceu na Rússia,
país que sequer havia conhecido a revolução industrial quando foi aprisionada
pelos bolcheviques. Seria preciso, ao contrário, infiltrar lenta e gradualmente
a idéia revolucionária (sem jamais declarar, que isso estava sendo feito),
sempre pela via pacífica, legal, constitucional, entorpecendo consciências e
massificando a sociedade com uma propaganda subliminar, imperceptível aos mais
incautos que, por sinal, representam a grande maioria da população.
O
objetivo somente seria atingido pela utilização de dois expedientes distintos:
a hegemonia e a ocupação de espaços.
A
hegemonia consiste na criação de uma mentalidade uniforme em torno de
determinadas questões, fazendo com que a população acredite ser correta esta ou
aquela medida, este ou aquele critério, esta ou aquela análise de situação, de
modo que quando o Comunismo tiver tomado o poder, já não haja qualquer
resistência. Isso deve ser feito, segundo ensina Gramsci, a partir de
diretrizes indicadas pelo intelectual coletivo (o partido), que as dissemina
pelos intelectuais orgânicos (ou, formadores de opinião), sendo estes
constituídos de intelectualóides de toda sorte, como professores principalmente
universitários (porque o jovem é um caldo de cultura excelente para isso), a
mídia (jornalistas também intelectualóides) e o mercado editorial (autores de
igual espécie), os quais, então, se encarregam de distribuí-las pela população.
É
essa hegemonia, já adredemente fabricada, que faz com que todos os brasileiros,
independentemente da idade, da condição sócio-econômica e do grau de instrução
que tenham atingido, pensem de maneira uniforme sobre todo e qualquer assunto,
nacional ou internacional.
O
poder de manipulação é tamanho que até mesmo o senso crítico fica completamente
imobilizado, incapaz de ajudar o indivíduo a analisar as questões de maneira
isenta.
Os
exemplos são numerosos: do desarmamento, ao aborto, da eutanásia, do movimento
gay às políticas sociais, do racismo ao trabalho escravo, da inculpação social
pelos crimes individuais à aceitação do caráter social de movimentos
comprovadamente guerrilheiros (FARC, MST, MLST, MIR, ETA, etc.), todos eles
visando destruir, por completo, valores que a sociedade tinha entranhados em
sua alma, mas que, justamente por isso, não servem aos interesses do partido.
É
que esses valores representam um conjunto de virtudes diametralmente opostas
aos conceitos que o partido deseja inserir no corpo social e que servirão de
embasamento para as transformações que pretende implantar.
Uma
vez superada a opinião que essa mesma sociedade tinha a respeito de várias questões,
atinge-se o que Gramsci denominava superação do senso comum, que outra coisa
não é senão a hegemonia do pensamento.
Cada
um de nós passa, assim, a ser um ventríloquo a repetir, impensadamente, as
opiniões que já vêm prontas do forno ideológico comunista. E quando chegar a
hora de dizer agora estamos prontos para ter realmente uma democracia (que, na
verdade, nada mais é do que a ditadura do partido), aceitaremos também qualquer
medida que nos leve a esse rumo, seja ela a demolição de instituições, seja ela
a abolição da propriedade privada, seja ela o fim mesmo da democracia como
sempre a entendemos até então, acreditando que será muito normal que essa volta
à pseudo-democracia, se faça por decretos, leis ou reformas constitucionais.
Afinal, Hitler, também não foi eleito pelo povo e não passou a ditar normas
legais?! É exatamente a superação do senso comum, que fez com que todos
acreditassem piamente que a contra revolução de 1964, não passou de um ato
impensado dos Militares que, à falta do que fazer, decidiram implantar uma
ditadura.
Como
uma única palavra não foi dita sobre a ditadura que esses mesmos comunistas
estavam praticamente conseguindo implantar naquela época (como haviam tentado
em 1935 e como voltariam a tentar entre o final dos anos 60 e meados dos 70),
ficou impossível ao brasileiro médio compreender que a intervenção das Forças
Armadas veio justamente impedir que aquela desgraça se concretizasse. E, se
elas não intervém também agora, é porque o povo, já completamente anestesiado,
não tem nem forças para ir às ruas exigir tal providência.
É
exatamente essa hegemonia de pensamento, que pôde imprimir nos brasileiros a
idéia de que só o Estado pode resolver seus problemas mais comezinhos, o que
tem causado um gigantismo antes nunca visto, com o crescente aumento da carga
tributária para sustentá-lo.
A
cada dia são criadas mais delegacias especializadas, mais conselhos, mais isso
e mais aquilo para controlar e fiscalizar as ações de cidadãos, antes livres. É
exatamente ela, a hegemonia gramsciana, utilizada pelo PT que inculcou em todos
os cidadãos a crença de que os sem-terra foram massacrados pela Polícia Militar
em Eldorado do Carajás, no Sul do Pará, quando na verdade a fita de vídeo
original, contendo a gravação do episódio, mostrava claramente que eles agiram
em legítima defesa diante de um número muito maior de sem-terras que, armados
com foices, enxadas e até mesmo revólveres (como aparece naquela fita), avançou
para cima dos policiais. É exatamente isso que fez espalhar a crença de que os
fazendeiros são todos uns malvados e escravizadores de pobres trabalhadores
indefesos, servindo, assim, de embasamento para que, em breve, o direito à
propriedade seja eliminada da Constituição, se nela for encontrado algum tipo
de trabalho escravo, cuja definição legal nem mesmo existe.
É
exatamente isso que autorizou todos os brasileiros a imaginar que o Brasil é um
país racista, a despeito de contar com o maior número de mulatos do planeta e
de jamais ter sido registrado um único caso de desavença entre negros e brancos
por causa da raça, como acontece nos Estados Unidos e na África do Sul. E é
também graças à força da hegemonia, que ninguém parou para pensar que todas as
desavenças já havidas entre negros e brancos entre nós, iniciaram-se por
motivos fúteis, que vão do futebol à briga por ciúmes, muitas vezes regadas a
uma boa caninha, nada tendo a ver com a cor da pele, já que também ocorrem da
mesmíssima maneira entre indivíduos da mesma raça.
Evidente
que, depois do que estou escrevendo, nada impede que se fabrique uma briga por
causa da raça, com notícias em todos os jornais, para servir de prova do
racismo por aqui. Isso nada mais seria do que o intelectual coletivo, agindo
para o bem de sua própria causa.
É
exatamente essa superação do senso comum, que fez com que a maioria acreditasse
que as armas de fogo matam mais do que os acidentes de trânsito ou a
desnutrição crônica infantil, malgrado os índices infinitamente superiores de
mortes por estas duas causas, sem que medida alguma seja tomada para eliminá-las
ou diminuí-las e sem que nenhuma propaganda incisiva seja feita para alardear
tais descalabros.
A
maciça propaganda do desarmamento foi, portanto, uma mentira descarada que
salta aos olhos dos que realmente os têm. É exatamente isso que fez com que
todos odiassem Bush e os norte-americanos e, inversamente, amassem de paixões
Fidel Castro – Hugo Chavez, e vissem os terroristas iraquianos como meros
resistentes contra o imperialismo americano.
É
exatamente isso que fez com que todos pensassem que o Comunismo acabou, com a
queda do Muro de Berlim e a desintegração da União Soviética, quando na verdade
ele está hoje mais vivo do que nunca, principalmente em nosso continente, é só
querer ver.
É
exatamente isso que faz com que todo mundo se escandalize com assassinatos de
fiscais do trabalho, como ocorrido em Unaí, ou de Irmã Dorothy Stein, no Pará,
só para ficar em exemplos mais recentes. Essa escandalização foi sutilmente
preparada para que todos os despreparados ficassem indignados com tamanha brutalidade,
como se esta tivesse sido o resultado de uma reação iníqua à cândida e legal
atuação do Estado ou de ONGs a ele atreladas.
É
exatamente isso que permite que aceitemos, como a coisa mais natural do mundo
que se chame chacina a morte de dois ou três sem-terras, enquanto que a morte
de dois ou mil fazendeiros continuará sendo chamada de morte, simplesmente.
E
tem sido exatamente isso, enfim, que permite várias outras opiniões uniformes
que não passariam pelo crivo do juízo crítico caso ele ainda encontrasse forças
para entrar em ação.
Mas
como encontrar forças com tamanho rolo compressor a aplainar toda e qualquer
opinião sobre o que quer que seja?! Daí a facilidade com que chavões do tipo
justiça social, cidadania, construção de uma sociedade justa e igualitária,
direitos humanos, etc., que só servem para estimular a velha luta de classes
proposta por Marx e Engels, em seu Manifesto Comunista – 1848, passaram a
habitar o imaginário popular. Afinal, são eles, os comunistas, que não desistem
nunca!
A
outra técnica Gramsciana, amplamente utilizada pelo PT é denominada de ocupação
de espaços. Já dava mostras tão evidentes de visibilidade entre nós, com a
nomeação de mais de 20 mil cargos de confiança pelo PT, em todo o território
nacional (só para cargos federais), que nem mesmo precisaria ser novamente
denunciada. O que faltava, entretanto, era fazer a conexão com a primeira
técnica – a hegemonia.
Ora,
sabendo que a superação do senso comum é tarefa dos intelectuais orgânicos
importa reconhecer a necessidade de que eles estivessem em toda parte como erva
daninha. Daí a nomeação, pelo intelectual coletivo, para todos os escalões do
desgoverno petista (federal, estaduais ou municipais), de pessoas alinhadas com
a ideologia do partido. Não foi à toa que o presidente Lula colocou nos
ministérios vários derrotados pelo povo nas eleições estaduais e municipais
como: Olívio Dutra, Tarso Genro, Humberto Costa, além de outros que de há muito
estão comprometidos com o Comunismo, inclusive com vinculações internacionais.
Basta ver como e o quê aconteceu e acontece no Foro de São Paulo e no Fórum
Social Mundial, bem como quem são os seus patrocinadores e entidades
integrantes, sabidamente criminosas.
A
conclusão é tão lógica e óbvia, que chega a ser surpreendente que a ela ainda
não tenham chegado todos os brasileiros, principalmente muitos daqueles que
ostentam diploma de doutor e que têm, por isso mesmo, a obrigação moral de
alertar seus compatriotas.
Só
se pode entender sua adesão incondicional às táticas gramscistas por uma de
duas razões: ou porque, apesar de doutores, são, na verdade, ignorantes da pior
espécie, deixando-se levar por uma esparrela dessa, ou porque estão a serviço
da engenhoca. Não há outra explicação!
O
Brasil talvez seja o País no mundo onde a estratégia gramscista de tomada do
poder utilizada pelo PT, mais se encontra avançada. A eleição de Lula foi
apenas mais um passo numa estratégia muito mais densa.
O
Brasil atualmente não possui uma oposição política onde impere a pluralidade de
idéias, estamos atolados na unanimidade dos desesperados, a prova disto é que a
esquerda se radicaliza cada vez mais.
O
que é ainda mais demonstrativo do atual avanço da Revolução Gramscista,
utilizado pelo PT no Brasil, é que a consciência individual está sendo
substituída pela idéia do politicamente correto e do relativismo moral, os
exemplos são gritantes: Sem-Terras armados invadindo fazendas produtivas e
grandes empresas multinacionais de pesquisas são vítimas; fazendeiros ao se
defenderem são criminosos; os traficantes que estão incitados numa guerra civil
no Rio de Janeiro e São Paulo, são vítimas do sistema, sequer chegam a ser
culpados; nós, os cidadãos que respeitamos as Leis, também devemos ser um pouco
responsabilizados por estes atos (assim nos diz a mídia, todos os dias); os
pastores e padres que falam contra o aborto e o homossexualismo são monstros
comedores de crianças, os ditos freis que embalados na teologia da libertação,
afirmam que Cuba é o paraíso na terra, não importa os dezessete mil mortos, são
expoentes máximos da cristandade.
Analisem
agora friamente e com a razão essa afirmativa: Nenhum presidente na História do
Brasil, teria se mantido no Poder, se houvesse sido acusado de pelo menos
metade das irregularidades e dos crimes cometidos de fato pelo Partido dos
Trabalhadores, sob a benemérita liderança do Senhor Luís Inácio Lula da Silva.
Ou por exemplo, o caso Waldomiro Diniz que é uma gota d'água no oceano;-muito
mais difícil de explicar são as irregularidades no Programa Fome-Zero, ou os
abusos totalitários contra o patrimônio público cometidos por diversos membros
do desgoverno Lula-Dilma (onde até a cadela do presidente, passeava de carro
oficial tranqüilamente),-o caso do Mensalão, amplamente discutido e comprovado
em CPI e, devidamente denunciado pelo Procurador Geral da República;-o caso de
caixa dois do PT (verbas não contabilizadas) e, que o próprio presidente em
entrevista confirmou ser esta, uma prática de rotina no Brasil; envio de
dinheiro ao exterior de forma ilícita;-quebra de sigilo bancário, telefônico e
postal, de um simples caseiro que ousou denunciar um Ministro do desgoverno
Lula e, as alianças sinistras entre o PT e as FARC (Colombianas), MIR
(Chileno), PCC (Partido Comunista Cubano), ELN (Exército de Libertação
Nacional), FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional), PRD (Partido da
Revolução Democrática), FMLN (Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional),
URNG (União Revolucionária Nacional da Guatemala), dentre outros.
O
que me causa estranheza nestas alianças sinistras, é o quase segredo absoluto
que impera sobre os fatos ocorridos no Foro de São Paulo, onde não se viu ou vê,
nenhum comentário mais acirrado da mídia especializada (ou não), ou até mesmo
um ato de repúdio de nossas Forças Armadas, sobre tais acontecimentos no mínimo
suspeitos.
Parece
até que tudo está cor de rosa, neste mar de lama chamado Brasil!
Qualquer
debate hoje no Brasil que envolva a Política Nacional, especialmente após os
efeitos da queda do Muro da Vergonha, só pode ser considerado sério se
discutido desde o ponto de vista da Revolução Gramscista, não por imposição
ideológica, mas por verificação histórica, caso contrário tudo que teremos é um
exercício de abstração teórica cujo conteúdo e implicações práticas não terão
mais significação que uma discussão acalorada de mesa de bar.
Isto
é exatamente em que será resumida a essência da intelligenzia nacional, quando
todos os brasileiros se tornarem, sob as graças de Antonio Gramsci,
intelectuais orgânicos, cuja única verdade é a mentira do partido. É dogmática
ou romantizada a crença de que o homem é um fruto homogêneo de seu meio.
Todavia, é deste último que a maioria das pessoas retira seus principais pontos
de referência, distinguindo-se como indivíduos em sociedade. Raros são os
homens que conseguem olhar dentro de si e não apenas em sua volta.
Por
isso, reafirmo que o PT não tem Plano de Governo. Tem é Plano de Poder, adaptando-se
ao projeto de instauração da Nova Ordem Mundial!
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