Imperialistas arianos e
racistas: Duro é aturar a esquerda radical acusando os liberais e conservadores
de ‘fascistas’ ou algo do tipo
Rodrigo Constantino
‘Sem escravidão, a América do Norte, a nação
mais progressista, ter-se-ia transformado em um país patriarcal. Apenas apague
a América do Norte do mapa e você conseguirá anarquia, a deterioração completa
do comércio e da civilização moderna.”
“A escravidão é uma categoria econômica como
qualquer outra. Portanto, possui seus dois lados. Deixemos o lado mau e falemos
do lado bom da escravidão, esclarecendo que se trata da escravidão direta, a
dos negros do Suriname, no Brasil, nas regiões meridionais da América do Norte.
[...] A escravidão valorizou as colônias, as colônias criaram o comércio
universal, o comércio que é a condição da grande indústria. Por isso, a
escravidão é uma categoria econômica da mais alta importância.”
“Talvez a evolução superior dos arianos e dos
semitas se deva à abundância de carne e leite em sua alimentação.”
“Sendo que, comparado ao resto de nós, um nigger (crioulo) é o que há de mais
perto do reino animal, ele é, sem nenhuma dúvida, o representante mais adequado
para este distrito.”
“Os franceses precisam de uma surra. Se os
prussianos vencerem, a centralização do poder de estado será benéfica para a
centralização da classe trabalhadora alemã. A predominância germânica também
deslocará o centro de gravidade do movimento dos trabalhadores na Europa
ocidental, da França para Alemanha, e se apenas compararmos os movimentos nos
dois países, de 1866 até agora, se verá que a classe trabalhadora alemã é
superior à francesa, tanto no aspecto teórico quanto em organização.”
“A luta dos beduínos era uma luta inútil e,
apesar da maneira com que soldados brutais, como Bugeaud, conduziram a guerra
seja extremamente condenável, a conquista da Argélia é um fato importante e
auspicioso para o progresso da civilização. [...] E se talvez lamentamos que a
liberdade dos beduínos do deserto tenha sido suprimida, não podemos nos
esquecer de que estes mesmos beduínos eram uma nação de ladrões.”
“Fomos espectadores da conquista do México e
nos regozijamos com ela. [...] É do interesse de seu próprio desenvolvimento
que ele seja, no futuro, colocado sob a tutela dos Estados Unidos. É do
interesse de toda a América que os Estados Unidos, graças à conquista da
Califórnia, assumissem o domínio sobre o Oceano Pacífico.”
“É lamentável que a maravilhosa Califórnia
tenha sido arrancada dos preguiçosos mexicanos, que não sabiam o que fazer com
ela? Todas as nações impotentes devem, em última análise, ser gratas àqueles
que, cumprindo necessidades históricas, as anexam a um grande império, permitindo,
assim, sua participação em um desenvolvimento histórico que, de outra maneira,
seria ignorado a eles. É evidente que tal resultado não poderia ser obtido sem
esmagar algumas belas florzinhas. Sem violência, nada pode ser realizado na
história.”
“A Inglaterra tem que cumprir uma dupla missão
na Índia: uma destruidora, outra reguladora — a aniquilação da velha sociedade
asiática e o lançamento das bases materiais da sociedade ocidental na Ásia.”
“Não devemos nos esquecer de que esta vida sem
dignidade, estagnada e vegetativa, este tipo de existência passiva invocou, por
outro lado, em contrapartida, forças de destruição selvagens, sem objetivo, sem
fim, e tornou o próprio assassinato um rito religioso no hinduísmo.”
Chega? O leitor já deve estar com o estômago
embrulhado. Quem disse tais barbaridades? Hitler? Algum reacionário qualquer?
Nada disso. Todas as citações são de Marx ou Engels, compiladas no livro “O
marxismo e a questão racial”, do cubano Carlos Moore, um negro exilado pelas
críticas de racismo feitas ao regime castrista.
O autor comprova que não se trata de afirmações
fora de contexto; ao contrário: Marx e Engels defenderam em várias ocasiões
esta visão imperialista ariana e racista. Era parte essencial de sua ideologia.
Ambos beberam da mesma fonte, Hegel, que disse:
“O que nós propriamente entendemos por África é o Não Histórico, Não
Desenvolvido Espírito, ainda envolvido na condição de mera natureza, e que foi
apresentado aqui somente como soleira da História mundial.”
O problema é que nossos marxistas não leram
Marx. Nelson Rodrigues, que anda sendo citado por Dilma, escreveu: “E, por
todas as cartas de Marx, não há um vislumbre de amor e só o ódio, o puro ódio.
Para ele, há ‘povos piolhentos’, ‘povos de suínos’, ‘povos de bandidos’, que
devem ser exterminados.”
Duro é aturar a esquerda radical acusando os
liberais e conservadores de “imperialistas”, “racistas”, “fascistas” ou algo do
tipo. Seria cômico, não fosse trágico...
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