Proselitismo petista
e as instituições
Editorial do Jornal Correio Popular – 24/05/16 – p. A3
Mesmo afastado do poder, o
petismo não entrega os pontos e se prepara para uma defesa pérfida de seus
aliados, visando uma cada vez mais distante possibilidade de volta aos
corredores palacianos.
Em Resolução do Diretório
Nacional do PT sobre Conjuntura, divulgada na semana passada, os dirigentes
conseguiram em poucas linhas expor sua face mais nefasta e perigosa.
Bem ao seu estilo, propõem uma
análise crítica sobre os erros do partido no governo, mas rendem-se à falácia
de sempre atribuir culpa aos outros ou à inabilidade de não conseguir impor seu
desiderato de toda forma e a qualquer custo.
No documento, conseguem levantar
a irritação da cúpula do Exército, ao considerar uma falha, não terem
modificado o currículo das academias militares e promovido oficiais com
“compromisso democrático e nacionalista”.
Com isso, desvelaram a intenção
de submeter as Forças Armadas ao seu controle político, descartando o papel
institucional de preservação da segurança e da ordem nacional.
Em outras palavras, julgam que
o Exército brasileiro deveria estar submetido a seus programas ideológicos,
suas intenções de poder que remetem claramente ao padrão que se pode conferir
entre os parceiros deste nefasto bolivarianismo, que levou o Brasil à beira de
um abismo.
No mesmo balaio ainda
explicitam sua raiva contra “a sabotagem conservadora” nas estruturas de mando
da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, e propõem fortalecer a “ala
mais avançada do Itamaraty” e redimensionar a distribuição de verbas
publicitárias.
Não poderia ser outra a reação
dos militares, ofendidos em sua competência, ameaçados em sua função,
desrespeitados em sua hierarquia, confrontados pela inconstitucionalidade.
Entendem os generais que o petismo mostrou suas garras e não medirá esforços
para a consecução de seu programa.
O petismo sempre revelou
competência para escamotear suas verdadeiras intenções políticas, que passam
pelo modelo de totalitarismo que apelidaram bolivariano, mas que é em verdade a
expressão do atraso pautado por uma ideologia que nada tem de avanço ou de
justiça social.
Disfarçadas no discurso
evasivo, metafórico e tortuoso de seu maior expoente, Luiz Inácio Lula da
Silva, todas as evidências ficam claras enquanto uma parcela cada vez maior da
população avalia o quanto o partido não honra suas promessas, o que, ao final,
restou comprovado.
Desmoralizado, atingido em sua
base de sustentação corrupta, com seus principais líderes na cadeia ou sob
investigação, poucos ainda atribuem qualquer capacidade de reação do
lulopetismo. Porém, todo cuidado é pouco.
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