segunda-feira, 30 de março de 2015

Livro de Theodore Dalrymple denuncia os efeitos nocivos do assistencialismo


Medidas assistencialistas criam subclasse e 'miséria moral', diz conservador britânico
da Livraria da Folha

Theodore Dalrymple, pseudônimo do médico psiquiatra britânico Anthony Daniels, trabalhou por 14 anos em um hospital de baixa renda e com detentos de uma penitenciária em Londres. Para ele, medidas assistencialistas do Estado de Bem-Estar Social, como Bolsa Família, criam uma subclasse que vive em "miséria moral".

"Miséria moral", segundo Dalrymple, é o empobrecimento mental, cultural, emocional e espiritual de uma subclasse "esvaziada de significado", que tem suas necessidades materiais sustentadas pelo Estado como animais em uma fazenda.

"Se traço um quadro de estilo de vida que é totalmente sem encanto ou mérito", escreve Dalrymple no livro "A Vida na Sarjeta", "é importante lembrar-nos de que, caso haja culpa, uma grande parte é devido aos intelectuais".

A responsabilidade dos intelectuais estaria no relativismo alastrado por acadêmicos ocidentais. Nesse relativismo, que o autor chama de modismo, a moral e a cultura são corroídas por qualquer novo enxerto. Isso acontece pela falta de critério em julgar o certo e o errado, o verdadeiro e o falso.

Outro ponto é a ideia de que ninguém é agente responsável, mas vítima de circunstancias sociais e econômicas. Um ato, portanto, seria inevitável. "O comportamento humano não pode ser explicado sem fazer referência ao significado e às intenções que as pessoas dão aos próprios atos e omissões".

"O assassino alega que a faca entrou ou que a arma disparou. O homem que ataca a parceira sexual alega que 'ficou muito doido' ou 'perdeu a cabeça', como se fosse vítima de uma espécie de epilepsia".

A subclasse, caracterizada por um "tipo de jovem egoísta e feroz", desfruta de comodidades do mundo contemporâneo e não é politicamente oprimida. Para Dalrymple, a pobreza continuada mantida pelo assistencialismo e pelo relativismo não tem raízes econômicas ou raciais.

"A maioria das pessoas sobre quem Dalrymple escreve é branca, de modo que é possível contemplar honestamente as causas e consequências do modo de vida da subclasse, sem medo de ser chamado de 'racista'", escreve Thomas Sowell na apresentação à edição.

Dalrymple é autor de mais de 20 títulos. No Brasil, dois livros foram publicados recentemente, "A Vida na Sarjeta" e "Nossa Cultura...ou o que Restou Dela".

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