domingo, 1 de março de 2015

Bresser e os sinais da senilidade


     É inegável a contribuição do economista Bresser Pereira à reflexão acadêmica sobre a sociedade. Certamente, o volume e a qualidade de sua produção científica nas últimas décadas é digna de reconhecimento.
     Com o desenvolvimento da atividade intelectual, o tempo deveria agir a favor de pesquisadores como o ex-ministro, porém há armadilhas nesse caminho. O tempo também pode expor os sinais de desgaste e senilidade.
     Em entrevista recente sobre o lançamento de seu novo livro, "A construção política do Brasil", tais sinais se fizeram perceber com mais intensidade.
     Calcado na suposição de uma "luta de classes", Bresser Pereira ainda comete o mesmo erro daqueles que se deixam iludir pelas falácias socialistas e tentam dividir a sociedade ao invés de uni-la. E a divisão decorre do incitamento ao ódio e à estereotipização dos cidadãos entre bons e maus conforme a renda.
     O sinal mais evidente de decrepitude é a pretensão de ser "bom", mesmo participando do grupo social que acusa como causador dos males sociais. Todo pretenso justiceiro social declara guerra à classe opressora (a qual geralmente ele mesmo, assim como os seus pais e amigos, pertencem) que seria aquela que explora impiedosamente a mão-de-obra para satisfazer a ganância imoral por lucros.
     Ao afirmar que os ricos "nutrem ódio ao PT porque defende os pobres", Bresser Pereira estimula a dúvida se essa afirmação é sincera e ele se considera pobre, ou se ela foi feita mediante algum benefício prometido pelos políticos governistas que tentam se desvencilhar dos inúmeros processos de corrupção e enriquecimento ilícito.
    Será que a corrupção, incompetência administrativa e a orientação bolivariana não seriam motivos mais adequados para se combater o PT, caro professor?

Veja a entrevista de Bresser Pereira:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/210096-ricos-nutrem-odio-ao-pt-diz-ex-ministro.shtml


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