Como a
Estônia - sim, a Estônia - se tornou um dos países mais ricos da Europa
Oriental
Luis Pablo de la Horra*
A
Estônia é o exemplo vivo de que o progresso humano está intimamente ligado à
liberdade econômica.
A razão de que alguns países são ricos e prósperos enquanto outros parecem estar condenados ao flagelo da pobreza existe há séculos. Muitos fatores têm sido apontados como determinantes da prosperidade: geográficos, culturais, históricos etc.
História
da Estônia
Em 20
de agosto de 1991, a Estônia conquistou sua independência após 51 anos sob o
jugo do comunismo. O país foi ocupado pela primeira vez pelo Exército Vermelho
em junho de 1940 sob a égide do Pacto de Não Agressão Alemão-Soviético, pelo
qual os dois estados totalitários dividiram a Europa Oriental em esferas de
influência.
Desde
o primeiro dia, o novo governo se comprometeu a realizar reformas voltadas para
o mercado que lançaram as bases para uma transição bem-sucedida do socialismo
para o capitalismo. A agenda política incluía a reforma monetária, a criação de
uma zona de livre comércio, um orçamento equilibrado, a privatização de
empresas estatais e a introdução de um imposto de renda de taxa fixa.
Um dos
arquitetos dessa agenda pró-mercado foi Mart Laar, primeiro-ministro da Estônia
durante dois períodos: 1992-1994 e 1999-2002. Laar afirmou que se inspirou no best-seller
de Milton Friedman, Free to Choose, para implementar seu ambicioso plano
de reforma de livre mercado.
Essas reformas abriram caminho para o incrível aumento nos padrões de vida que a Estônia experimentou desde a independência. Hoje, a Estônia é considerada um país de alta renda pelo Banco Mundial, e é membro da UE e da zona do euro. O poder de compra dos estonianos aumentou 400% nas últimas duas décadas, apesar do forte impacto que a crise financeira de 2008 teve nas economias bálticas. Além disso, a expectativa de vida passou de 66 anos em 1994 para 77 anos em 2016.
Quando comparada com as outras ex-repúblicas soviéticas, o progresso da Estônia é ainda mais surpreendente. Em termos de renda ajustada pela Paridade do Poder de Compra, a Estônia ocupa o primeiro lugar, à frente de países como a Rússia ou a Letônia, e bem acima da renda mediana. A imagem é semelhante quando se trata de outros indicadores como expectativa de vida ou taxa de mortalidade infantil, onde a Estônia mostra que o progresso econômico tem um impacto real nos padrões de vida das pessoas.
* Luis
Pablo De La Horra é bacharel em inglês e mestre em finanças. Ele escreve para
FEE, Instituto de Assuntos Econômicos e Speakfreely.today.
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